Início do Processo: 8-2-1995
Conclusão do Processo: 22-4-1996
Margarida Occhiena (Mamãe Margarida) nasceu no dia 1º de abril de 1788 em Capriglio, província de Asti, Itália, sexta de dez filhos. Foi batizada no mesmo dia na igreja paroquial. Seus pais são agricultores dotados de sinceros sentimentos cristãos. Dede jovem Margarida é uma grande trabalhadora. Os tempos e o trabalho não lhe permitem estudar, mas o seu amor pela oração é enriquecido por aquela sabedoria que não se encontra nos livros.
Casa-se, em 1812, com Francisco Bosco. Francisco tem 27 anos, é viúvo, com um filho de três anos, Antonio, e tem a mãe doente aos seus cuidados. No ano seguinte nasce José e em 1815 João (o futuro Dom Bosco). Juntos transferem-se para os Becchi, distrito de Castelnuovo d'Asti.
Em 1817 Francisco morre atingido por uma pneumonia. Aos vinte e nove anos Margarida vê-se enfrentando sozinha a condução da família num momento de grande carestia, assistindo a mãe de Francisco, Antonio e os pequenos José e João. Margarida era uma mulher de grande fé. Deus estava sempre acima de todos os seus pensamentos e sempre em seus lábios.
O amor do Senhor era tão intenso que formou nela um coração de mãe. Sábia educadora, soube conjugar nela paternidade e maternidade, doçura e firmeza, vigilância e confiança, familiaridade e diálogo, educando os filhos com amor desinteressado, paciente e exigente. Atenta à vida deles, confia nos meios humanos e no auxílio divino. Acompanha o crescimento de três garotos de temperamento muito diferentes com os mesmos critérios mas com métodos diversos. Ensina-lhes o catecismo e prepara-os para se aproximarem da primeira comunhão.
Tendo ouvido o sonho de Joãozinho aos nove anos, é a única que consegue lê-lo à luz do Senhor: "Quem sabe, tu devas ser sacerdote". Permite-lhe então que fique com outros garotos pouco recomendáveis, para que, com ele, se comportem melhor. A hostilidade de Antonio em relação aos estudos de João obriga-a a afastar o filho menor para que possa estudar. Haverá de acompanhá-lo até à ordenação sacerdotal. Naquele dia pronunciará algumas palavras que ficarão no coração de Dom Bosco por toda a vida. Quando, em 1848, Dom Bosco fica gravemente doente, Margarida vai assisti-lo descobrindo o bem que faz pelos jovens abandonados.
Ao pedido para acompanhá-lo, responde assim: "Se acreditas que essa é a vontade do Senhor, estou pronta a vir". A presença de Mamãe Margarida transforma o oratório numa família. Por dez anos a sua vida se confunde com a do filho e com os inícios da Obra salesiana; é a primeira e principal cooperadora de Dom Bosco; torna-se o elemento materno do sistema preventivo; é, sem o saber, "co-fundadora" da Família Salesiana.
Morre em Turim, atingida pela pneumonia, no dia 25 de novembro de 1856 aos 68 anos. Acompanham-na ao cemitério muitos jovens, que a choram como se chora por uma Mãe. Gerações de salesianos a chamaram e a chamarão de Mamãe Margarida.
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